Estudantes decidem manter ocupação da Alesp até abertura de CPI da Merenda.
Estudantes que ocupam desde o dia 3 o plenário principal da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiram manter a mobilização até que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)Estudantes que ocupam desde o dia 3 o plenário principal da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) decidiram manter a mobilização até que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar fraude na merenda escolar do estado seja instalada. Deputados do PT, PSOL e PCdoB apoiam o protesto e conseguiram, em negociação com o presidente da Casa, Fernando Capez, liberar a entrada de alimentos para os estudantes.
Hoje (4) à tarde, a assessoria de imprensa da presidência da Alesp impediu o contato de jornalistas com os alunos que participam da ocupação. Os jornalistas podiam entrar apenas em uma antessala do plenário e fazer imagens do local, mas sem se aproximar ou conversar com os estudantes. Integrantes de organizações da sociedade civil também foram barrados. Apenas os deputados têm livre acesso ao plenário e conversam com os estudantes. Representantes do Conselho Tutelar e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram chamados para acompanhar uma possível reintegração de posse.
Capez entrou na Justiça com um pedido de reintegração, mas estudantes e deputados esperam que a saída possa ser negociada. A Polícia Militar já está no prédio e atua no controle do acesso ao plenário ocupado. O deputado Carlos Giannazi (PSOL) disse que a presidência da Alesp está sendo pressionada pela chamada bancada da bala, para que “haja uma ação truculenta da Polícia Militar” na desocupação.
Segundo Giannazi, entidades como a OAB e o Conselho Tutelar foram convidadas a acompanhar o protesto “para que não haja retirada truculenta de uma manifestação pacífica, em que os alunos estão dando uma verdadeira aula de cidadania e movimentando uma assembleia que não funciona, que não vota nada, que não investiga ninguém, que não tem representado os interesses da sociedade”.
Fraude na merenda
O deputado do PSOL disse ser a favor da abertura da CPI da Merenda para que o caso tenha visibilidade. “Nós da oposição vamos apresentar vários requerimentos e várias denúncias nessa CPI, inclusive trazendo os promotores que estão investigando a máfia da merenda escolar para que façam explanações sobre o andamento dessas investigações.” São necessário 32 votos para a abertura da comissão. Até a tarde de hoje, só havia 25 votos a favor.
O presidente da Alesp, Fernando Capez, disse ter votado a favor da abertura da CPI, mas não soube explicar porque deputados aliados não se manifestaram pela instalação da comissão que poderá investigar a fraude na merenda: “eu não mando nos deputados”. Capez concedeu entrevista coletiva na tarde de hoje ao lado dos deputados Coronel Telhada, ex-comandante da Rota, e Coronel Camilo, ex-comandante da Polícia Militar.
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