Cães devem ser vacinados anualmente contra a cinomose.
Segundo a médica veterinária Maria Angélica Costa da Conceição, a Cinomose é uma doença que acomete cães não vacinados e é quase sempre fatal. Atinge vários órgãos, ou seja, é uma doença sistêmica.Segundo a médica veterinária Maria Angélica Costa da Conceição, a Cinomose é uma doença que acomete cães não vacinados e é quase sempre fatal. Atinge vários órgãos, ou seja, é uma doença sistêmica. Altamente contagiosa, seu vírus causador sobrevive muito tempo em ambiente seco e frio. Por isso, tem alta incidência no inverno. Mas pode acometer cães não vacinados, principalmente filhotes, em qualquer época do ano. Qualquer cão não vacinado, não importa a idade, pode desenvolver a doença. Basta ter contato com o vírus. O contágio se dá por contato direto, com animais que já estão com o vírus mesmo que não apresentem nenhum sintoma da doença. Ou indireto, através do ar.
Há quinze anos trabalhando com clínica de animais em Serra Negra, Angélica Costa explicou ainda que se trata de uma doença com alta taxa de mortalidade, cerca de 85%. “Mesmo dentre os 15% que conseguem sobreviver, a presença de sequelas neurológicas graves pode induzir à eutanásia”. Informou que o inverno de 2016 foi o período em que mais perdeu cães por causa da doença desde que começou a trabalhar na cidade. “Houve um surto em Serra Negra. Não posso afirmar o motivo. Pode ter sido o frio ou os proprietários podem ter deixado de vacinar seus cães por causa da crise”, disse a médica.
Ainda segundo a veterinária, a doença pode se desenvolver em duas fases a partir da contaminação. Na primeira fase, quando o vírus começa a agir no organismo, o animal pode apresentar febre, perda de apetite, apatia, vômito, diarreia, corrimento nasal ou ocular. Esses sintomas podem durar 2 dias. Após esse período, os sintomas desaparecem e o animal parece estar curado. “O dono do cão deve buscar informações com seu veterinário de confiança. É importante que esse profissional aplique a vacina porque é preciso avaliar se o cão está apto a recebe-la”, disse a profissional de saúde.
Na segunda fase, que pode acontecer dias ou até mesmo meses depois da primeira, dependendo do estado imunológico do animal, ele pode desenvolver vários sintomas durante alguns dias ou vir a óbito em pouco tempo. Dentre os sinais clínicos mais comuns desta fase da doença estão: vômito, diarreia, corrimento ocular e nasal, alteração no sistema nervoso sendo a mais comum a falta de coordenação motora (o animal parece estar bêbado), tiques nervosos, convulsões e paralisias.
Esses sintomas, explica a profissional de saúde, variam muito de cão pra cão e a evolução também depende de cada indivíduo. Quando a doença atinge o sistema neurológico do animal, o quadro é muito grave. “O animal, se sobreviver, com certeza terá sequelas graves como meningite, paraplegia ou tetraplegia e até mesmo entrar em estado comatoso que, normalmente, é seguido pela morte do animal em pouco tempo”, diz.
A cinomose não tem tratamento. As medicações prescritas são apenas para melhorar o estado geral do animal e deixá-lo mais confortável para que o seu organismo lute contra o vírus. Mas a melhor notícia é que a cinomose é facilmente prevenida através da vacinação (V10, V8). É necessário imunizar o cão 45 dias após o nascimento. Uma segunda dose deve ser aplicada 30 dias depois. A terceira dose após outros 30 dias. A partir daí, uma vez por ano até o fim da vida. “Vacine seu animal e afaste de vez o fantasma da cinomose”, finalizou a médica veterinária.
Questionada sobre os casos em que a família perde o cão por causa da doença e quer um novo animal, a médica disse que o local deve ser desinfetado. Explicou que é necessário usar produtos a base de amônia quaternária que é capaz de matar o vírus.
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