Em Itapira - Santa Casa é um caso de sucesso frente a demais instituições do país.
As Santas Casas de várias cidades brasileiras passam por um período de problemas financeiros. Um exemplo é o da Santa Casa de São Paulo, que soma uma dívida de cerca de R$ 433,5 milhõesAs Santas Casas de várias cidades brasileiras passam por um período de problemas financeiros. Um exemplo é o da Santa Casa de São Paulo, que soma uma dívida de cerca de R$ 433,5 milhões (número oficial divulgado pela instituição). Como um contraponto positivo a essa situação, a Santa Casa de Itapira, no interior de SP, passou de um cenário falido em dezembro de 2013 para uma posição de sucesso em 2014.
No final de 2013, a Santa Casa de Itapira se encontrava no ápice da crise. A instituição somava apenas R$ 156,00 em caixa e tinha dívida de mais de R$ 3 milhões, incluindo salários de médicos, plantonistas, funcionários, fornecedores, prestadores de serviços, convênios e bancos. A entidade foi descredenciada pelo SUS, teve que desativar a sua UTI, que não tinha condições de funcionar devido à falta de medicamentos e materiais de procedimento, e contava com apenas alguns leitos em funcionamento.
Em dezembro de 2013, a Santa Casa de Itapira pediu auxílio às famílias Pacheco e Stevanato (holding que controla o Laboratório Cristália), que doaram R$ 2 milhões, somados com mais um aporte de R$ 1 milhão do Governo do Estado. Além disso, uma equipe do Laboratório Cristália foi indicada para auxiliar na administração da Santa Casa de Itapira, e em seguida, foi fundada a OSCIP Irmã Angélica (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), formada por 12 diretores, entre eles médicos, religiosos, empresários e cidadãos de Itapira, e por um Conselho Fiscal formado por 5 membros.
“Quando fomos convidados para ajudar a Santa Casa, entendemos que para poder melhorar o panorama havia necessidade de algo estruturado e organizado, ou seja, uma OSCIP, um mecanismo usual, em que, representantes de diferentes setores da sociedade, todos eles interessados, por serem cidadãos de Itapira, e dispostos a trabalhar no sentido de recuperar a Santa Casa e de trazer sua contribuição sem conotação partidária ou ideológica que não fosse de servir à sociedade, administrem, possibilitando que o resultado seja mais facilmente alcançado. E é o que está acontecendo hoje. Acredito que conseguimos”, disse Dr. Ogari Pacheco, presidente do Cristália.
A nova administração da instituição tomou decisões importantes para reverter o quadro. Em 2014 foram contratadas Silmara Sant’Anna para o cargo de administradora hospitalar e Helen Reinhart como coordenadora de Enfermagem. Com o dinheiro recebido, realizaram o pagamento de todos os salários atrasados e 13º salário, além da distribuição de cestas de natal a todos os funcionários da Santa Casa de Itapira. Também houve renegociação de todas as dívidas com os bancos credores, fornecedores e prestadores de serviços, e foi realizada a compra emergencial de medicamentos e de materiais de procedimentos para abastecer as farmácias, preparando a instituição para voltar a seu pleno funcionamento.
Hoje, mais de um ano depois, a entidade está estabilizada e já opera dentro de excelentes padrões. As dívidas com prestadores de serviços já foram quitadas e os débitos com bancos credores e fornecedores estão sendo pagos conforme negociações feitas em 2013. Os salários dos funcionários estão em dia e os 13º salários devidamente pagos. Embora ainda não esteja realizando atendimentos pelo SUS, existem sólidas perspectivas de retorno. Enquanto isso, a Santa Casa de Itapira atende gratuitamente todas as crianças e adolescentes frequentadores das Entidades de Assistência Social do Município e realiza em parceria com a Secretaria de Saúde e realiza exames de média complexidade. Sua UTI está em operação com 60% de ocupação, com situação de medicamentos e de mantimentos regularizada e recentemente obteve a Certificação pelo Ministério da Saúde como Entidade Filantrópica regularizada.