Henrique Vieira Filho
Henrique Vieira Filho

Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.

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Feliz Dia Do…

Você sabia que o autor desta crônica já foi capoeirista e até 'tombado' como Patrimônio Cultural? ???? Em sua nova crônica, Henrique Vieira Filho celebra o Dia do Profissional de Educação Física com um 'causo' hilário sobre uma queda inesquecível. Uma história para rir e se inspirar! #DiaDoProfissionalDeEducacaoFisica #Capoeira #HenriqueVieiraFilho

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Feliz Dia Do…
Capoeira no Mercado Cultural” - Acervo pessoal: Henrique Vieira Filho
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“O meu marido tem dois empregos” - é um famoso bordão da personagem Rochelle, do seriado “Todo Mundo Odeia o Chris”. Já a Fabiana, minha esposa, sempre diz: “e o meu tem mil!”. 

E, como toda profissão tem sua data comemorativa, acabo recebendo “parabéns” tantas vezes e de tantas pessoas, que agradeço, muitas vezes sem nem saber por qual trabalho!

Nos próximos dias, me adiantei, pesquisei e sei qual será a razão: Dia do Profissional de Educação Física! E essa é uma atividade que conquistei na “porrada”: na adolescência, fui capoeirista e isso me garantiu o direito adquirido ao exercício da profissão, com direito ao “CREF” (a carteira do Conselho).

Mais curioso ainda, é que meu tempo na atividade fez com que eu fosse “tombado” como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade junto ao IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (podem conferir no site oficial). E sei de tudo isso devido a outra dentre as minhas mil profissões: sou museólogo, também!

E tem história engraçada para contar, é claro! No meu tempo de capoeira, as academias não eram como as de hoje, que ensinam de forma “civilizada”, com fundamentos filosóficos e ancestralidade. Na década de 70, a coisa toda era na base do improviso e da pancadaria, mesmo. E eis que, em uma cerimônia de passagem para o cordão azul (princípio semelhante às faixas no karatê e judô), deveríamos ser derrubados por mestres de outras academias. Eu, “metido a besta”, falei para meu amigo: “não vou deixar me derrubar”. 

E começou o jogo, com o mestre tomando o máximo de cuidado para não machucar, a tal ponto que se descuidou e levou uma “benção” (chute frontal) minha! Menos de um segundo depois, eu estava no chão! 

Sem entender nada, levantei, forcei um sorriso, cumprimentei o mestre e recebi meu novo cordão.  E perguntei ao meu colega: “Mas, o que aconteceu?” e ele, rindo: “Você levou um pé na nuca, deu uma cambalhota para frente e caiu sentado!”.

Eis que, décadas depois (em plena pandemia), “aposentado” neste ramo, em uma exposição de minhas artes em homenagem ao Dia da Consciência Negra, uma jovem capoeirista me chamou para a roda, bem em frente ao Mercado Cultural, aqui em Serra Negra.

Até que o vexame foi pequeno, tanto que rendeu belas imagens de divulgação!

Mas, chegando em casa, fiz uso de outra das minhas mil profissões: apliquei acupuntura para relaxar os músculos! 

Assim, para cada tombo que a capoeira me deu, a acupuntura me ensinou a encontrar o equilíbrio. É por isso que, com as minhas mil profissões, eu consigo cair… e me reerguer, dia após dia.

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