Região

Chuva abaixo da média reduz vazão dos rios da Bacia PCJ e acende alerta hídrico na região

Indicadores se aproximam dos níveis da crise de 2014, com rios registrando até 80% menos vazão; Consórcio PCJ alerta para impacto no abastecimento de 2026 caso o verão mantenha precipitações insuficientes

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Chuva abaixo da média reduz vazão dos rios da Bacia PCJ e acende alerta hídrico na região
Rio Piracicaba enfrenta período de seca durante estiagem que atingiu o interior paulista no final de novembro | Reprodução EPTV

O mês de novembro terminou com volume de chuva inferior ao esperado na maior parte dos municípios da região, e os efeitos já são perceptíveis nos principais mananciais da Bacia PCJ, que reúne os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. A fraca recuperação hídrica ocorre mesmo após o início do período chuvoso e aproxima o cenário do registrado durante a crise hídrica de 2014.

Em Campinas, o Rio Atibaia apresenta vazão 76% abaixo da média histórica para o período, de acordo com levantamentos do Consórcio PCJ. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o volume está 33% menor. Em Jaguariúna, o Rio Jaguari registra vazão 80% inferior ao esperado para novembro e 25% mais baixa que a de 2024. Já no Rio Piracicaba, a vazão atual é 79% menor que a média e 10% inferior à registrada há um ano.

Níveis próximos a 2014

Técnicos do Consórcio PCJ afirmam que os indicadores se aproximam dos níveis observados em 2014, considerado o ponto mais crítico da crise hídrica em São Paulo. Segundo Eguinaldo Brito, coordenador de projetos da entidade, a persistência de chuvas abaixo da média durante o verão pode comprometer o período de estiagem de 2026: “Em comparação ao ano passado, o cenário é mais grave. Precisamos considerar a estiagem do próximo ano. Começamos o ano de 2024 em um patamar que só seria possível recuperar novamente com muita chuva até o fim do ano. Se as precipitações continuarem insuficientes, iniciaremos 2026 com reservas menores, e caso a estiagem se repita, teremos menos garantia hídrica”, explicou Brito.

O quadro desfavorável não se limita à região de Campinas. Em nível estadual, o sistema Cantareira – principal fonte de abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo – também registra níveis abaixo do habitual. O conjunto de reservatórios opera com 21% de sua capacidade total, o pior desempenho para um mês de novembro desde 2019.

Apesar dos números preocupantes, o Consórcio PCJ afirma que não há risco imediato de desabastecimento, já que o cenário era previsto e levou municípios a adotarem medidas preventivas. A entidade ressalta, porém, que a retomada contínua das chuvas nas próximas semanas será essencial para a recuperação dos mananciais. Até lá, o comitê reforça a recomendação de uso racional da água pela população.

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