Henrique Vieira Filho
Henrique Vieira Filho

Henrique Vieira Filho é jornalista, escritor, terapeuta, sociólogo, artista plástico, agente cultural, diretor de arte, produtor audiovisual, educador físico, professor de artes visuais, pós-graduado em psicanálise e perícia técnica de obras de arte.

Colunas

Quem Não Chora Não Mama

A crônica usa a auto-ironia do ditado "Quem Não Chora Não Mama" para narrar a conquista de ter sua música sobre a cidade, “Em Serra Negra Descanso O Olhar” e narra um "causo" irônico sobre homenagens musicais em cerimônias: no Brasil, bandas tocam invariavelmente "New York, New York", enquanto nos EUA tocaram a lambada "Chorando Se Foi". #Cronica #Radio #BandaLira #SerraNegra #MusicaLocal #QuemNaoChoraNaoMama #IroniaCultural #Editais #CiaAllegro

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Quem Não Chora Não Mama
Cia. Allegro: Dayana, Carol e Gabriel ensaiando a coreografia

Ou, em sua versão chinesa: “Quem sabe chorar, consegue mamar”, ditado cuja origem se perdeu, nascido nos tempos em que os filhos eram tantos, que, se algum ficasse quietinho, era capaz de esquecerem que ele existia.

Recentemente, andei postando minhas músicas sobre Serra Negra nas redes sociais, “cutucando” que tocam no mundo todo, menos na nossa cidade! Eis que meu “choro” chegou aos ouvidos de nosso radialista Pedro Giovani que passou a tocar “Em Serra Negra Descanso O Olhar”, na FM 104,5. 

Confesso que fiquei emocionado ao ouvir no rádio do carro, pois isso lembrou os tempos da minha infância, em que minha avó, a amparense Emma Rimonato, emprestava o telefone da vizinha (coisa rara e cara: só tinha um na rua toda!) e ligava com dias de antecedência para “pedir música” e “parabéns para o aniversariante” no “Programa Moraes Sarmento”.  Eu, criança, passava a manhã inteira com os ouvidos no rádio, esperando meu presente de aniversário: ouvir meu nome, os parabéns, seguido de alguma canção de Vicente Celestino, Orlando Silva ou Carlos Galhardo!

Como a recente estratégia deu certo, já estou ensaiando meu próximo “choro”: bem que a Banda Lira poderia incluir em seu repertório! Convite feito!

E, claro, para ficar mais divertido, deixe-me incluir um “causo” neste tema. Já tive o prazer e a honra de receber homenagens em várias cidades, desde capitais, até as mais singelas e todas contaram com as onipresentes bandas locais. Caros leitores, vocês nunca adivinhariam qual foi a música que tocou em todas as vezes: “New York, New York”! 

Ironicamente, a exceção foi nos Estados Unidos: optaram pela lambada “Chorando Se Foi”, sucesso mundial na voz da cantora Loalwa Braz. E, uns dias depois, no Rio de Janeiro, mais uma ironia: em outra cerimônia, eis que a própria Loalwa cantou (brilhantemente, diga-se de passagem!) a mais famosa canção francesa: "Non, Je Ne Regrette Rien", rivalizando com Édith Piaf!

São raras as cidades que têm uma música icônica só sua, por isso, as bandas acabam tendo que se conformar em tocar “New York”, mesmo estando a milhares de quilômetros de distância. Claro que existem os hinos municipais, mas, convenhamos, são formais demais para conseguir cair no agrado popular.

Antes de compor “Em Serra Negra Descanso O Olhar”, pesquisei se já existiam homenagens anteriores. Localizei composições do primo do meu pai, o serrano "Mimo" Fioritti, de fato, lindas, porém, não eram específicas sobre nossa terra.  

Continuando a busca, até encontrei uma bela canção que, só depois que me dei conta: se referia a Serra Negra… do NORTE!

Enfim, enquanto aguardo a Banda Lira prestigiar, quem já tomou a frente foi a Cia. de Dança Allegro que já começou a ensaiar as coreografias para nossas músicas!

Agora, para podermos apresentar ao grande público, em um belo espetáculo, cabe aqui mais um “choro”: que venham logo os novos editais culturais, pois, por maior que seja o amor à Arte, todos nós temos boletos para pagar!

Em tempo: acessem https://henriquevieirafilho.com.br/EP_Serra_Negra/index.html para ouvir as músicas!

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