Junte-se à nossa lista de assinantes para receber as últimas notícias, atualizações e ofertas especiais diretamente na sua caixa de entrada
Henrique Vieira Filho é artista plástico, agente cultural (SNIIC: AG-207516), produtor cultural no Ponto de Cultura “ReArte” (Certificado Ministério da Cultura), Museólogo no Museu Rearte (reconhecido pelo IBRAM/Ministério da Cultura), gestor Pontos MIS (Museu da Imagem e do Som/SP), diretor de arte (MTE 0058368/SP), produtor audiovisual (ANCINE: 49361), escritor, jornalista (MTE 080467/SP), educador físico (CREF 040237-P/SP), psicanalista, sociólogo (MTE 0002467/SP), historiador, professor de artes visuais, pós-graduado em Psicanálise, em perícia técnica sobre artes e em Biblioteconomia.
Cansados de tantas insinuações, os deuses do fogo de todas as culturas convocaram uma coletiva de imprensa e pediram a palavra.
Prometendo que nunca mais faria nada do gênero, Prometeu jura que se arrependeu amargamente de ter roubado o fogo do Olimpo e entregue à humanidade.
Por sua vez, a deusa romana Héstia deixou claro que era só para os humanos acenderem lareiras e que nunca pensou que usariam para tanta destruição.
Pelé (não o futebolista, e sim, a deusa havaiana) disse que estava quietinha lá nos seus vulcões e nem passou perto do interior de SP. E eu, também! - disse o grego/romano Hefesto/Vulcano.
Eu, então, estava mais longe ainda e faz séculos que sequer abro minha boca! - completou a divindade japonesa, Fuji.
Tratando de deixar bem claros os seus álibis, em coro, diversos outros deuses fizeram questão de lembrar que estavam bem longe de nossas cidades: Agni e Draupadi (indianos), Zhurong (chinês), Ra e Sekhmet (egípcios) e tantos mais outros digníssimos personagens mitológicos argumentarem que, devido à distância, nem sequer teriam oportunidade de atear fogo por aqui.
Percebendo que o fogo soprava em suas direções, as divindades locais trataram de se defender!
A orixá Iansã (Oyá) explicou que, de fato, faz um bom tempo que tem casa no Brasil, que é guerreira, sim; contudo, se fosse ela a atacar, esse fogo viria dos céus, o que não é o caso.
Representando a mitologia tupi-guarani, a deusa Angra deixou claro que todo o seu fogo está focado na metalurgia.
Por sua vez, o Saci disse que com fogo não se brinca e que todos sabem que ele gosta mesmo é de apagar as fogueiras e não o contrário.
A mula disse que é sem cabeça, mas não é, nem burra, nem cabeça-oca de sair por aí pondo fogo no mato!
Curupira jurou que jamais prejudicaria as matas e que, na verdade, tem esquentado muito a cabeça procurando os verdadeiros culpados, com a ajuda da Caipora e da maior especialista de todas as divindades em encontrar e punir incendiários: Boitatá!
Aproveitando a deixa, Boitatá discursou que de boi, só tem o nome e que com ela não tem essa coisa de “deixar passar a boiada”, que seu corpo arde em chamas de tanta revolta e que vai cobrar providências das autoridades!
Continuando, a Cobra-de-Fogo lembrou a todos que, em agosto de 2019, tivemos o “Dia Do Fogo”, em que centenas de incêndios criminosos foram ateados simultaneamente causando danos irreparáveis na Amazônia, tão somente para que as florestas virassem pastagem para gado!
E, entre revolta e tristeza, vaticinou: parem com o cinismo de tentar jogar a culpa na Mãe Natureza, pois, se a humanidade “se queimar” com Ela, aí é que as coisas vão esquentar! E muito!

