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Henrique Vieira Filho é artista plástico, agente cultural (SNIIC: AG-207516), produtor cultural no Ponto de Cultura “ReArte” (Certificado Ministério da Cultura), Museólogo no Museu Rearte (reconhecido pelo IBRAM/Ministério da Cultura), gestor Pontos MIS (Museu da Imagem e do Som/SP), diretor de arte (MTE 0058368/SP), produtor audiovisual (ANCINE: 49361), escritor, jornalista (MTE 080467/SP), educador físico (CREF 040237-P/SP), psicanalista, sociólogo (MTE 0002467/SP), historiador, professor de artes visuais, pós-graduado em Psicanálise, em perícia técnica sobre artes e em Biblioteconomia.
A maioria se sente bem neste período do ano, mas, não são poucos os que estão mais para negar sua dor, do que sinceramente alegres.
Pressionados pelas pessoas próximas, bombardeados pelos meios de comunicação que “vendem” a obrigação de ser feliz, muitos utilizam de recursos capazes de diluir seus reais sentimentos e simular o “espírito festivo”: consumismo exacerbado, festanças, excessos alimentares, drogas (bebidas, cigarros, entorpecentes, alucinógenos, etc, etc...).
Nestes casos, não raro, assim que cessam as emoções artificiais, o contato com as verdadeiras costumam ser ainda mais sofridos.
Estes festejos têm origem milenar como uma celebração coletiva pela sobrevivência, relacionados ao final do inverno (frio, neve, escassez...) e o retorno do sol (calor, primavera, fartura de alimentos...).
Em nossos novos tempos, as necessidades básicas de sobrevivência da maioria estão supridas e os anseios se voltam para questões mais transcendentes, tais como a satisfação afetiva, a auto-estima e a autorrealização.
O final do ano atua como “término de prazo” para concluir as metas almejadas.
Precipita um “julgamento” de que não fez por merecer, somando a sensação de culpa às emoções de tristeza e até mesmo raiva, que parecem ter menos “espaço” de aceitação nestas épocas em que ser feliz se torna mais uma “obrigação” que não foi possível cumprir, retroalimentando a angústia pelo sentimento de inadequação.
Este período de festas também “exige” família perfeita, completa e harmoniosa, compartilhando presentes, refeições, sorrisos e abraços.
Mas, o que fazer com todas as brigas, os traumas, as mágoas, as agressões (emocionais e físicas nos mais variados níveis de gravidade...)?
Como psicoterapeuta, já testemunhei o terrível sofrimento de pessoas que se viram obrigadas a permanecer, lado a lado, junto a seus agressores, por serem “família” e estarem “festejando”.
Enfim, este artigo é para lembrarmos que há razões para algumas pessoas não se enquadrarem no “espírito natalino” e devemos respeitar.
Encerro com meus votos de um ótimo período de festas a todos os leitores!
Em tempo: sem nenhuma obrigação de ser feliz!

